21 de fevereiro de 2015

parte 1 de 3

Como já aqui disse, o Tiago está em processo de baptismo. Tenho tentado manter-me o mais distante que a minha missão de o acompanhar nesta decisão me permite. Aqui há uns dias o pai foi a uma reunião com o padre e explicou-me algumas coisas. Eu não percebi bem quase nenhuma. É um tema tão longínquo e ando com tanta falta de tempo para pensar em outros assuntos que não doutoramento, que fui dizendo que sim. Retive que hoje se passava algo na missa. Ontem descobri que o Tiago ia fazer uma leitura, porque a missa era afinal a primeira de 3 partes que termina no baptismo e hoje era sobre a conversão pela água (espero estar a dizer bem). Decidi ir. E mais, decidi ir arranjadinha, porque a malta vai sempre arranjada para a missa. Em boa hora o fiz.
Afinal aquilo era todo um evento que me meteu a ir lá à frente fazer-lhe uma cruz na testa e dizer coisas à medida que o padre ia perguntando. Nervos. Nervos. Mas até nem fiz má figura.







Não sei há quantos anos não assistia a uma missa. Muitos. Bem mais de 20. Eu decidi sair dos escuteiros e zangar-me com a igreja com 14 anos, por isso já nem dos procedimentos em si me lembrava. Olhei para tudo com extrema curiosidade, bastante inocência e surpresa até.
E tenho que confessar que continuo a não me convencer com nada do que ali se passa. Todo o discurso do padre a respeito da Quaresma, toda a premissa de partida ser sobre o erro, a culpa e a aceitação incontestável do que Deus entendeu querer....não consigo entender, nunca consegui. Não consigo entender, nem sentir. Vou percebendo a fé, estou a descobri-la num processo muito lento, muito reflectido, mas não dá para mim ouvir, em determinada parte da missa, o padre a relembrar os que Deus quis ao pé de si, que esperam pela ressurreição eterna....nem sei explicar o que me dói ouvir isto. Quem sabe, é o meu filho que me vai fazer entender? Ou, aparentemente, fazer aceitar. Sem perguntas.


Sem comentários:

Enviar um comentário