28 de abril de 2015

dez anos é muito tempo

E muitas histórias para contar. Esta moça é a Lili. Foi minha aluna estava eu grávida do Tiago, que tem agora 11 anos. Encontrei-a na sexta passada e bebemos umas minis juntas, dissemos parvoíces e concluímos que já passaram demasiados anos sem que déssemos por eles. 
Nessa noite, estavam comigo a Lili, minha antiga aluna agora amiga; o Luís, meu actual aluno que está em estágio; e duas Inês, minhas caloiras.
Não sei se já disse aqui o quanto gosto do que faço....


23 de abril de 2015

livro

Hoje é dia do livro. O ano passado publiquei a foto do livro que andava a ler, era a biografia do D. Pedro V, escrita pela Maria Filomena Mónica. Não acabei de ler. No Verão tentei ler até ao fim, sem sucesso, o Dentro do segredo, do José Luís Peixoto. Já este ano li O Paraíso são os outros, do Valter Hugo Mãe, que demora quinze minutos a ser lido. Também li Rosa, minha irmã Rosa, da Alice Vieira, também segmento de livros de rápida leitura.
Entretanto desisti de pegar num livro. Os livros exigem-me muito. Eu não sei ler livros. Só sei morar em livros.
Mas esta é uma relação de forte dependência e nestas situações em que não consigo ler, porque não tenho espaço mental e emocional para uma relação longa, resta-me a poesia.
E quando me resta a poesia, tenho que dar lugar ao meu poeta: Miguel Torga. E se é para destacar um poema, que seja o meu poema preferido. Tirei a foto hoje de manhã à pressa, porque nem me passa pela cabeça ser dia do livro e eu nao falar de um livro meu.

(Não falo do Fernando Pessoa, porque não é o meu poeta. É o meu conselheiro. Funções diferentes.)

18 de abril de 2015

dias felizes todos seguidinhos

Não tenho contado aqui, mas ando a atravessar uma fase de muitas cenas a acontecer e tratar. E encontrar tempo, cabeça ou quem as trate em condições tem sido uma grande odisseia.
A par disso, o doutoramento a passar pelo estudo piloto, a escola com uma semana de eventos gigantes e as minhas crias aqui em casa a querer o tempo e a atenção que me fogem.
Claro que com tanto estímulo da envolvente, a Ana começa logo a derrapar na curva e a maldita doença auto-imune do nome esquisito voltou em grande e o metabolismo está histérico. Se dormir 4 horas seguidas numa noite com o ansiolítico no bucho já é uma sorte.
E quem não dorme bem, não funciona bem.
Encontros imediatos com os senhores da polícia, furos, mensagens para pessoas erradas, esquecimentos,  mails trocados, conversas sem nexo, distrações lamentáveis...... Escolham!
Agora estou no capítulo em que podem bater que já nem sinto.  O karma pressentiu isso e decidiu que a Clarinha tem um fungo que se chama "Tinha".  Fácil de tratar: um xarope para ela que custou 50 euros, uma pomada para nós todos porque estamos contagiados e.... Tchan Tchan Tchan.... Uma limpeza profunda a todos os tecidos e casa.
Lá liguei à minha empregada a pedir desculpa por a ter despedido e a pedir para voltar e hoje temos (eu disse no plural, mas é mais ela que eu) o estaleiro montado.
Logo de tarde vou dar aulas ao mestrado e tudo indica que vai ser memorável.

Voltei a fumar. Como é óbvio. 


16 de abril de 2015

das coisas simples

No meio desta semana demasiado cheia e irrequieta notei hoje que as rosas amarelas que nunca mais nasciam estão grandes e bonitas.
São as primeiras flores nascidas de mim. Todos os dias ia ver se era naquele dia e afinal aconteceu quando deixei de pensar nisso. É sempre assim.


13 de abril de 2015

idiotas

Aqui há uns anos numa aula defendi a tese de que devemos ser todos idiotas, pois é a capacidade para a idiotice que nos permite maior liberdade de pensar, de querer diferente e de não ter receio de correr riscos. Desde então, os meus alunos decidiram que são idiotas. E por causa disso nasceu o iMarketing, que é mantido por eles e cujo i significa "idiotas". Também por causa deles nasceu o Cocktail dos Idiotas, que é um evento de grande sucesso aqui na escolinha.

Esta tarefa de preparar alguém, num espaço de tempo cada vez mais reduzido e cada vez mais cheio de outras tarefas que não têm muito a ver com o alguém que temos que preparar, às vezes é muito ingrata. Basicamente, quando conheço cada um deles sei que começou a contagem decrescente para ficar sem cada um. Três anos depois acaba-se. Simplesmente.
Pelo menos eu vejo assim a minha profissão. Mais em espírito de missão, talvez até de forma egocêntrica, mas os meus alunos são uma extensão de mim. Se eu falhar com eles, é porque estou a falhar comigo. Claro, muitas vezes falhei. Há malta que simplesmente não quer ir além do que é e eu já aprendi a aceitar esse facto. E às vezes eu não consigo fazer mais ou melhor ou diferente.

Ainda assim, a relação que tenho com eles permite-me quase tudo e penso que eles devem achar que eu não jogo com o baralho todo (o que possivelmente é verdade), mas o que fica no fim deste três anos é o que construímos entre nós, o que fazemos juntos, o que aprendemos uns com os outros. Numa área como é o marketing, ninguém pode achar que sabe tudo ou sequer que sabe muito. Hoje em dia os meus alunos ensinam-me muitas coisas e juntos discutimos como as potenciar. Realmente, tendo que escolher uma palavra para este curso, teria que escolher "juntos". Não sei fazer nada sem eles.
Continuo ligada à grande maioria que já se cruzou comigo desde 2001, o ano em que comecei a dar aulas aqui. Sei onde estão, onde trabalham, se casaram e tiveram filhos. E não há como explicar isto, a importância disto a um miúdo de 18 anos que tem que escolher para onde vai tirar o curso. A escolha certa parece passar sempre por uma escola conhecida, num sítio onde passe uma auto-estrada. Em Portalegre não há auto-estrada. Mas constroem-se caminhos (e pessoas).

Esta semana é o Cocktail dos Idiotas e eu gostava de saber quantas escolas têm alunos que fazem coisas destas. E, sem entrar em pormenores do trabalho invisível que dá fazer isto quando se mora atrás do sol posto, deixo só o cartaz e a baba a escorrer por este cosmos da net a fora.

12 de abril de 2015

sempre em cima do acontecimento

Tinha que chegar o dia em que eu carregava no comando de tirar fotos com o pauzinho. Foi hoje. É que há malta que vai para a esplanada passar a tarde e leva tudo o que é da mais avancada tecnologia consigo. E essa é outra das coisas fixes da província. Vou passear com as miúdas e quando chegamos à esplana há sempre alguém com quem estar.

A dona do comando fui eu, mas o do pauzinho foi o Pedro que estava cheio de medo que lhe deixasse cair o seu querido iPhone. Ele sabe bem o que a casa gasta!





11 de abril de 2015

a parte mais fixe da infância

Uma das coisas que me anda mesmo a apertar o coração é a saída do infantário da Madalena. Ela está mais que pronta e o outro dia já me disse que gosta mais de trabalhar que de estar no pátio a brincar. Eu sei isso. Mas, quando às vezes já estou mais convencida, a educadora põe-se a falar-lhes do Miró e a dar-lhes história de Portugal e não dá para fingir que não sei o que sei. Este tipo de educação, de estímulo, de atenção à individualidade de cada um... Este saber o que aqui ando a fazer e fazê-lo muito bem que a educadora dela tem, vai-se acabar. Tenho muito receio que aconteça à Madalena o mesmo que acontece ao Tiago na escola. Seja mais uma a esbarrar contra um muro.

Entretanto é cada vez mais óbvio que posso pôr a miúda na rua com uma banca a vender desenhos.





9 de abril de 2015

fim do mundo

O mundo começa a acabar quando dou o cartão de débito à minha filha de 14 anos para ela ir fazer cenas de gaja para a esteticista. Cenas que eu não faço.
O mundo abre uma racha quando ela me aparece e está linda. E feliz.


7 de abril de 2015

zero tédio

E muita fé.
Pode não parecer mas a Capuchinho Vermelho é a mesma pessoa que tem a cara toda preta. No meio de uma e outra personagem ainda foi espanhola.
Eles fazem coisas a mais para um dia só. É isso. E vou dormir.


3 de abril de 2015

acho que quero dançar a vida toda mãe

Parecem gémeas na mesma barriga, disse-me a Sara quando me mostrou a foto que tirou à Mia e à Leonor na aula de dança.
Uma das maravilhas de ver alguém crescer são os momentos de descoberta. Como este da dança onde a Mia se descobriu, se reconhece e é feliz. 

A foto é esta. Obrigada Sara. Muita desta descoberta veio de ti.


2 de abril de 2015

girly

Não sei se é por eu ter tido uma amizade destas em pequena, mas sou completamente apaixonada por amizades de meninas.

Na foto, a Madalena e a Catita durante a tarde. Hoje dormem cá em casa, a Catita e a Nô, que é irmã dela e amiga da Mia. Amanhã troca e vão todas para a casa das amigas. Felizmente o Tiago não se rala com nada, nem mesmo com ter que partilhar a casa com 5 miúdas, e passa o tempo alienado no planeta Tigoria.