Discutir com filhos é uma das piores coisas do mundo. Reformulo, discutir com filhos adolescentes é uma das maiores dores de cabeça que uma mãe pode experimentar. É que uma pessoa tenta compreender, respeitar a individualidade, uma pessoa tenta promover sempre a liberdade e responsabilidade e confiar que vai correr bem, porque eles têm os valores certos no seu core, mas, caramba pá! Há dias mesmo complicados, há fases mesmo nubladas em que uns dias parece que sim, que as coisas até vão correr bem e é preciso é relativizar e deixar o tempo colaborar nesta tarefa, mas depois existem outros de total desespero e perda de controlo da situação. Porque a pessoa também se cansa. Porque a pessoa também é pessoa, pronto. Mas depois (e antes e durante a discussão) a mãe tem o coração pequenino e escuro, porque sabe, vê, sente o caos que vai naquela pessoa que já não é pequena mas também ainda não é grande. Até onde pode ir a compreensão e onde deve começar (continuar?) o estabelecimento de limites? Quando começa a auto-disciplina a ser uma coisa autónoma? E porque raio, complicam eles tanto as coisas? Tenho sempre medo de os perder, tenho sempre presente o terror de um dia o laço de quebrar. Porque isso acontece! Uniões familiares fortes e felizes, que um dia acordam e o filho é um continente e a mãe outro continente e já só há contactos sem abraços. Tenho pensado ultimamente muito nesta questão e tenho tentado ler sobre o assunto e os melhores conselhos, das pessoas especialistas na matéria, são sempre na lógica de saber manter o equilíbrio entre estar e deixar ir. Mas isso é tão difícil de fazer! Ter que ter essa sensibilidade para a leitura correcta dos momentos, tendo todo o resto da vida a correr! Tendo três filhos únicos em disputa por tempo e atenção, mais concentrados em lutas territoriais constantes, do que em aproveitar o momento... Às vezes tenho clara noção que não vi o momento, não reconheci que era ali, naquela conversa, naquele instante. E depois o que fica é a percepção errada. Fica a mágoa. Penalizo-me sempre por isso. Caramba! Eu pensava que dormir mal, mudar fraldas e ouvir alguém a berrar horas infinitas era a coisa mais difícil do mundo. Mas não. Bem-vinda, cara Ana, à adolescência! Só não percebo porque fazem os serviços de saúde tantos cursos de preparação para o parto, uma coisa que dura no máximo 24 horas, e zero cursos de pedagogia, psicologia e gestão de relacionamentos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminar