Aqui há umas semanas o Tiago baptizou-se. Calhou numa altura de cansaço particular e por isso de muito descontrolo e distracção da minha parte. Nem sabia o que era preciso ou se era preciso alguma coisa. Só de véspera percebi que tinha que ser eu a comprar a vela. Liguei a uma amiga conhecedora do assunto e descobri que as velas de baptizar pessoas são para lá de caras. Também mete comprar uma toalhinha que nem queria acreditar quanto custava pelo que me recusei a comprar uma coisa excessivamente cara e com muito excessivamente folhos a mais.
Fui para casa pensar no assunto da toalha já que a coisa era no dia a seguir e lembrei-me de lhe levar o ó-ó dele de quando nasceu. Basicamente é o nome que eu dou às fraldas de pano que os bebés usam ou pelo menos os meus filhos usaram para tudo e mais alguma coisa. Foram todas feitas pela minha mãe e são por isso especiais. Ainda pensei não levar nada porque limpava com a mão e estava a andar mas em boa hora levei o ó-ó. Já vi baldes com menos água...
Não ia nos meus melhores dias. Fui apanhada no meu cansaço e ultrapassada no que esperava que fosse o dia. Tive que comer e calar e aprender uma dura lição. Não posso estar cansada. Não posso perder o controlo.
Lá fui.
Quando chegámos a Castelo de Vide com o Kiko a tiracolo já lá estavam os escuteirinhos todos incluindo o meu! Cansado e meio badalhoco mas com a camisa para dentro e o sorriso de nervoso miudinho.
Foi tão bonito. Foi especial. Ele quase que chorou e eu também quase que chorei. A igreja cheia de escuteiros criou uma energia muito.....una. E isso sentiu-se. O Tiago entrou para uma nova família e este foi o momento que marcou essa escolha. Nunca pensei que ia viver o baptismo do meu filho desta forma tão intensa e bonita que me deixou a pensar outra vez sobre a fé e o poder que a fé pode ter em unir as pessoas e as tornar parte de algo maior. Fazer parte de algo maior deve ser tão reconfortante!..
O Tiago tomou esta opção por causa dos escuteiros e com os escuteiros. Foi a única coisa que pedi para o seu baptismo. Que o dia fosse dos escuteiros. Foi naquele momento na igreja. E sinto-me grata por isso.
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