*Esta publicação contém linguagem inapropriada para pessoas sensíveis e menores de idade. Resguardem-se.
Faço 40 anos dentro de dois anos. Talvez porque sou precoce, talvez porque o ano passado a vida me deu a oportunidade de bater no fundo nas mais diversas áreas e cruzar-me com muitas não-pessoas, estou farta. Normalmente a malta farta-se e recomeça aos quarenta. Mas eu pretendo estar já a navegar tranquila nessa altura. Decidi na passagem de ano que este 2015 ia servir para arrumar tralhas e encerrar assuntos, encerrar maneiras erradas de ser e encarar o ser.
E deve ser esse processo de mudança em mim, que ao contrário da tolerância que eu esperava que me trouxesse, me está a transformar numa pessoa sem capacidade de aturar merdas. Deve chamar-se a isto egoísmo. É possível.
O meu alerta é um "foda-se" que me sai (mesmo que só saia para onde eu o oiço) quando me vejo perante algumas coisas e pessoas (chamemos assim):
Pessoas desinteressantes e desinteressadas, profissionais do laxismo e do está bom assim, ausentes de autenticidade e totalmente incapazes de compreender o que é isso de ser verdadeiro, gente sem garra que nunca podem nunca dá jeito ou calha bem. Homens que sejam homens em vez de uns fracos com conversa de merda que me cansa o cérebro, mulheres que se calam e aceitam um mundo cada vez mais hipócrita que amolga quem quer ser, malta que apenas e sempre faz exclusivamente parte do problema e nunca de solução. Enfadados, mestres do queixume constante e cheios dos azares da vida. Pessoas que acham que me podem pedir tudo e mais alguma coisa à cara podre porque eu faço e até faço bem e rápido e assim não se aborrecem a pensar. Sujeitos que nunca dão mas esperam sempre receber. Que pensam e decidem tendo apenas o seu umbigo como centro decisor. Os chicos-espertos cheios de falsa simpatia que procuram a minha complacência e preferem um sim merdoso e vazio a um não honesto. E já agora, homens que acham que porque estou sozinha ando à caça em permanência e tenho é falta de homem. Não, estúpidos. Eu tenho é falta de paciência. Olhem-se ao espelho, ya? Vocês não jogam no meu campeonato e a minha vida particular não está em nenhuma das minhas redes sociais.
No meu universo particular só entram pessoas que fazem acontecer, que querem mais e estão dispostas ao esforço que isso exige, malta do trabalho, gente que teima em apenas validar a excelência como forma de ser e estar, gente que não espera que se resolva e resolve, pessoas que se afirmam expõem e vão à luta. Pessoas de quem me orgulhe pelo que são e não pelo que têm, pessoas que riem, que bebem uns copos e dizem palermices. Pessoas frágeis, que amam e dizem amo-te das muitas maneiras que se pode dizer amo-te a alguém, pessoas de afectos colo mimo e abraços. De recados e mensagens, de brincadeiras e tardes de esplanada sofá ou jardim. Gente do silêncio confortável e da companhia só porque existem. Malta que ri chora sonha. Que tenta sempre. Que dá o seu melhor. Que quer mais. Que vai. Que faz. Que diz. Que vive. Que é livre.
Pensem nisso na próxima vez que quiserem mandar um mail imbecil, um trabalho mal feito que nem sequer valeu o esforço de uma tarde, uma mensagem a pedir uma merda qualquer porque assim não se ralam, uma palavra vazia ou um sorriso esperto de quem espera conseguir alguma coisa fácil em troca. Pensem no que é que já fizeram por mim. Pelo respeito que merecem. Pela amizade que pedem. Nada? Então não se cansem. Não me cansem.
O meu manifesto é esse mesmo.
Sou tudo para os meus e nada para os que sobram.
Sem comentários:
Enviar um comentário