23 de dezembro de 2015

o que importa é o amor

Passaram trinta e nove anos desde que nasci. Passaram muitos mais desde que comecei a viver muitas vidas nesta vida só. Às vezes já não me lembro de coisas que fiz, lugares ou pessoas e as pessoas zangam-se comigo por isso. Mas como explicar que eu já vivi muito mais que trinta e nove anos e que deve ser por isso que não consigo arquivar devidamente tanta coisa?
Hoje muitas pessoas apareceram e muitas disseram-me coisas sobre mim, sobre o seu olhar sobre mim, sobre o seu tempo comigo. Muitas usam muitas vezes a palavra diferente. Obrigada por isso. Essa diferença que já tentei combater, sei hoje, que é tudo o que de melhor sou.
Não sei o que é suposto fazer quando se chega a esta idade. Aliás, nunca soube o que era suposto fazer em idade nenhuma. Também sei cada vez menos de quase tudo. Principalmente das pessoas. Onde eu me incluo, claro. Sei que as pessoas entram e saem da nossa vida. Algumas entram no coração e saem da vida, outras saem do coração mas continuam na vida. Tenho tentado manter na vida as que mantenho no coração. Mesmo que não seja fácil e mesmo que eu ande sempre em fuga para qualquer parte. Mantenho no coração muitas pessoas. Procuro a cada momento ser o melhor que consigo e espero que não se aborreçam quando o melhor que consigo é muito pequenino. Continua, acima de tudo e apesar de tudo, a ser tudo o que sou. 

O que importa é o amor, o resto é consequência.











































Esta blusa com que apareço na foto foi feita para mim por uma amiga, com a letra de uma das minhas canções preferidas. Foi a última prenda que recebi, já quase à meia-noite e resume bem o meu dia, as minhas pessoas. A minha vida.

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